domingo, 5 de junho de 2011

ARTIGO:

MOTOBOY, É UMA PROFISSÃO!

                                               
            Os Motoboys não podem mais serem vistos como motociclistas alucinados, que correm feito loucos pelas ruas e estradas, na clandestinidade.
            O Ministério do Trabalho e Emprego, através da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, já regulamentou esta profissão e o MOTOBOY, leia-se Motociclista que trabalha sobre duas ou três rodas é, portanto, um trabalhador comum que tem em nossa legislação nacional direitos acudidos.
            Motoboys são trabalhadores com profissão reconhecida, que significa Motociclistas que transportam, efetuam entregas e coletas rápidas, com o código 5191-10 do CBO.
            Esta ocupação tem como ofício principal o de executar e roteirizar coletas, entregar documentos e encomendas em geral; efetuar serviços com valores, cobranças e pagamentos;  localizar e conferir destinatários e endereços; emitir e buscar recibos do material transportado;  assim como preencher protocolos, conduzir e consertar veículos.
            O reconhecimento dessa classe trabalhadora como profissionais é motivada pelas grandes mudanças no mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos, principalmente na questão econômica.
            Entre as inúmeras vantagens deste serviço, está a economia de combustível e conseqüente diminuição de gases poluentes; geração de milhares de empregos diretos e indiretos; não congestionam o trânsito, não deterioram as estradas e ruas, possuem facilidades de deslocamento rápido e ágil; geram economia no bolso dos usuários e dependentes dos serviços de tele-entrega.
            As pessoas que já utilizaram, usam e ou necessitaram dos serviços de um Motoboy podem dizer da gratidão pelo ofício prestado, até mesmo aquele que numa situação de emergência, infelizmente precisou desse serviço, sabe da importância desta profissão.
              Pegar o telefone, solicitar que seja feita a entrega de documento, ação, contrato importante na rodoviária, no correio, no banco, no Fórum ou em qualquer outro lugar antes do mesmo fechar; solicitar um lanche ou refeição, sem precisar sair do trabalho ou de casa devido a compromissos; está chovendo, não quer sair de casa ou do serviço, ganha-se tempo ligando para o Motoboy providenciar sua solicitação por apenas 3, 4 ou 5 reais. O valor é irrisório, se considerar que, basta sair na porta do trabalho ou de casa, já estamos gastando dinheiro e correndo riscos. Ir ao banco, atravessar ruas, sair a noite são atos temerosos.
            Uma mãe, sozinha em casa com uma criança com dor de ouvido, não tem para quem pedir socorro. É noite, está chovendo... Então, liga para farmácia e ou para um Motoboy e solicita que ele traga o remédio. Em poucos minutos o remédio estará na sua mão.
            Para o Motoboy, não tem chuva, não tem trânsito caótico, não tem hora, não tem limites de distâncias, nem buracos nas estradas. Ele está sempre pronto para atender, mesmo correndo riscos, pois é um trabalhador comum como todos os outros, que luta no seu dia-a-dia para garantir o seu sustento, amando o que faz. Se o telefone toca e tem uma entrega, ele voltará para casa com dinheiro. Caso contrário, sem nada. Assim é a vida de uma classe que luta bravamente para sobreviver.
            O reconhecimento deste serviço como uma profissão, já é uma vitória. Porém, é preciso que muitos outros direitos sejam conquistados. Melhor remuneração, assistência médica, seguro de vida, auxílio financeiro para manutenção da motocicleta e outros direitos assegurados na CLT, para as demais profissões.
            Além dessa luta por estes direitos, ainda existe outra luta que o Motoboy tenta vencer, que é contra o preconceito à sua imagem perante a opinião de determinadas pessoas.
            Chamados de “cachorros loucos”, “corredores”, “malucos”, “imprudentes” e outros adjetivos, os Motoboys são mal vistos, infelizmente. Está certo que existem alguns (poucos) que não têm um comportamento exemplar. Mas a grande parte é batalhadora, pois ser Motoboy é um trabalho sofrido. Enfrentar temperatura adversa, assaltos, respirar fumaça de veículos poluentes, cumprir tarefas e chamados em horários estipulados por seus clientes, é a justificativa e uma resposta mais real sobre o porque, os Motoboys correm tanto e arriscam as suas vidas, mesmo por uma pequena remuneração.
            É claro, que a pressa, o trânsito e as Leis possuem limites e regras a serem respeitadas, por isso, é também necessário que os verdadeiros Motociclistas que trabalham sobre motos, tenham consciência e educação para cumprirem seu trabalho com eficiência. Os profissionais, com certeza possuem estes requisitos... e quando acionados, são rápidos, agem com segurança e cumprem sua missão. Suas motos são máquinas que estão sempre reguladas, abastecidas e com manutenção em dia, pois o bom funcionamento dela, é a garantia de sua vida e a prestação do tele-serviço com competência.
            Como última consideração deste documento, registro que a profissão de Motoboy, é uma atividade que deve ser aprimorada, para que os motociclistas façam cursos de direção defensiva, utilizem sempre os melhores equipamentos de segurança e de proteção, trabalhem com educação, organização e uniformizados, para que sejam mais valorizados e respeitados. Palavras de um ex-motoboy!
            Uma boa entrega, com atenção e em paz.

* Leandro Balardin

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